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Disse a Dilma que verei o que houve, afirma Obama sobre espionagem

Do UOL, em São Paulo

06/09/2013 11h42Atualizada em 06/09/2013 12h36

Em sua primeira declaração pública sobre a denúncia que a inteligência norte-americana teria monitorado conversas entre a presidente brasileira e seus principais assessores, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que disse a Dilma Rousseff que irá apurar o caso.

Obama confirmou que se encontrou com Dilma em São Petersburgo, na Rússia, onde ambos participaram de um encontro do G20 ."Não vou revelar o que falamos, mas disse a Dilma que vou dar uma olhada nas alegações e ver o que está acontecendo", afirmou durante entrevista coletiva.

O presidente norte-americano disse entender as preocupações brasileiras com o caso e prometeu trabalhar em conjunto com o governo brasileiro.

Sem pedir desculpas ou mesmo admitir o incidente, Obama elogiou o Brasil entre outras coisas por ser “um país importante” que conseguiu “sair de um regime autoritário para a democracia”.

“As tensões não são maiores que os interesses que compartilhamos. Tem uma razão pela qual eu fui para o Brasil e convidei Dilma para vir aos EUA”, afirmou.

Falando de maneira mais abrangente, Obama disse que os EUA precisam “revisar como está coletando essas informações” por meio de seus serviços de inteligência.

“Não é porque podemos ter essas informações que devemos tê-las”, afirmou.

 

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Mais cedo, a presidente Dilma afirmou que Obama se comprometeu a dar explicações ao governo brasileiro sobre as denúncias de espionagem. Segundo ela, "Obama assumiu responsabilidade direta e pessoal pela investigação das denúncias de espionagem". As informações foram dadas em entrevista coletiva e publicadas no Twitter do Blog do Planalto.

 

Dilma também disse que sua viagem a Washington, em 23 de outubro, depende "das condições políticas a serem criadas pelo presidente Obama". Dilma será a primeira presidente brasileira, desde Fernando Henrique Cardoso, a ser recebida pelo governo americano com honras de Estado.

Em represália às denúncias de que estaria sendo espionada pela Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, em inglês), a presidente cogita cancelar a viagem.

Neste mês, Dilma irá participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde tradicionalmente o Brasil é o primeiro país a discursar. A presidente afirmou que deve levar às Nações Unidas uma nova proposta de governança.

"Irei à ONU propor uma nova governança contra invasão de privacidade", afirmou a mandatária brasileira a repórteres.